Beira Mar: primeiras notas

 É, para já, o plantel mais curto, e teoricamente, o mais fraco da Liga . Este arranque de época para a equipa do Beira Mar mostra um plantel com poucas opções, em quantidade e em qualidade para todos os sectores. As quatorze saídas foram compensadas com apenas cinco entradas, sendo certo que durante a pré-época, Rui Bento vai ver chegar a Aveiro reforços, com o objectivo de transmitir mais nervo, qualidade e competitividade à equipa. A começar na baliza, que ainda assim é o único sector que não sofreu renovação. Rui Rego mantém-se, teoricamente, como número um, tendo Paes como opção válida.

Na defesa, o capitão Hugo é o suporte de toda a equipa. Na época passada, formou dupla de centrais com Kanu (entretanto transferido para a Bélgica) e Yohan Tavares. É precisamente este português nascido em França que aparece como principal candidato ao lugar, partindo do princípio que Hugo, aos 35 anos, mantém estatuto de imprescindível.  Para as laterais, Pedro Moreira vai tentar reforçar o estatuto de um dos bons laterais direitos da Liga, tendo este ano Edson (ex-Moreirense) como concorrente. Para a esquerda, com a saída de André Marques e Rúben Lima, Rui Bento só conta com o emprestado Joãozinho, que veio do Mafra.

Para o meio-campo, partindo do princípio que o esquema base vai incidir num 4x4x2, a nota principal é a ausência do nuclear Djamal (agora no Braga). O lugar de pivot defensivo está, para já, entregue a Koukou, jogador do Benin que vem de França, natural substituto do líbio. Saíram também Renan e João Luíz (juntos fizeram 60 jogos na última época) e sobraram Rui Sampaio, Élio e Artur, três elementos muito válidos, aos quais se junta o francês Hauw, vindo da Naval. Para o ataque, já sem as referências Tatu e Wilson Eduardo, esperam-se novidades a qualquer momento, com o ex-sportinguista Cristiano no topo das prioridades.  Nota final para Dudu, brasileiro, ex Flamengo, que chegou na segunda metade da época passada, rotulado de craque. Pode ser esta a época de afirmação no futebol português.

Marítimo: primeiras notas

O possível onze (na imagem) sem qualquer reforço, retrata bem o – até agora – pouco entusiasmante  mercado de transferências para o Marítimo. Dos reforços, só um é cara nova na Madeira, já que os restantes, ou estavam na equipa B ou regressaram ao clube depois de um período de empréstimo. Uma tendência bem diferente de outros verões, onde foi bem visível o investimento feito na equipa. Certo é que este ano, a aposta parece mesmo recair na prata da casa, que, diga-se, até tem dado bons frutos nos últimos anos.

Pela primeira vez, Pedro Martins vai começar a época como treinador principal, apesar de falhado o objectivo inicial no último ano. Ainda assim, a imagem alegre e o futebol apresentado foram superiores ao 9º lugar, a 7 pontos da meta europeia. Para esta época, ainda com alguns reajustes por fazer, a primeira amostra do plantel é de 32 elementos, sendo que alguns serão remetidos para a equipa B.

Muitas dúvidas, portanto, para uma equipa ainda em construção, mas longe de uma revolução. Assim, na base da continuidade, Marcelo e Peçanha serão os guarda-redes principais. Na defesa, já sem o titular da época passada Ricardo Esteves, agora é Briguel quem leva vantagem pela lateral direita, sendo que do lado esquerdo, Luciano Amaral vai ter a concorrência directa de Rúben Ferreira, ex-atleta da equipa B e aposta para este ano, agora que Alonzo deixou o clube. No centro, o francês Roberge (excelente primeira época) e Robson asseguram experiência e consistência. João Guilherme é outra opção forte para o sector.

Com a previsível aposta num 4x3x3, a dupla de brasileiros Roberto Sousa e Rafael Miranda é forte candidata ao miolo do meio-campo. Para o lugar, há ainda o regressado João Luíz (Beira Mar) e o desconhecido argentino Domeneghini. Para a organização de jogo, no papel de 10 clássico, Benachour é o principal favorito. No ataque, já sem o extremo Djalma, há várias opções, com Danilo Dias, Marquinho, Sami, Heldon e Gonçalo Abreu. Das pérolas do ataque, Baba é o único resistente e tem agora a concorrência de Adilson ou Edivândio.

Várias hipóteses para posições que não estão ainda definidas. Nos próximos dias, poderá haver novidades, com a dispensa de alguns jogadores e a contratação de outros, num plantel muito jovem e que se assume pela luta pela Europa.

Benfica: primeiras notas

 

 Cinco semanas é o tempo de preparação que o Benfica tem antes do primeiro jogo oficial, marcado para final de Julho, com a 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Nessa altura, estará, seguramente, mais definido o plantel para a nova temporada, contribuindo, para tal, o estágio de 8 dias na Suiça. É que nestes primeiros dias de trabalho, Jorge Jesus tem de trabalhar com cerca de 40 jogadores e por chegar estão ainda mais reforços. Definições que têm de começar pela baliza, com a dispensa de um elemento – ou dois se acrescentarmos Oblak. Ao trio da época passada, junta-se Arthur Moraes, vindo de Braga. Na defesa, só Maxi Pereira e Luisão estão aparentemente garantidos no onze. O agora oficialmente capitão espera ainda por um parceiro para o eixo da defesa (Jardel e Roderick são os outros elementos) enquanto na esquerda, a novela Coentrão tarda em ter desfecho, sendo a dúvida maior saber qual o jogador que o substituirá.

Depois, é a confusão, com quase 3 jogadores para cada posição! Nuno Coelho chega de Coimbra para render Airton e fazer sombra a Javi Garcia. Mas para as restantes três posições do meio-campo (não acredito que Jorge Jesus altere o sistema), há muitas hipóteses. Rúben Amorim, Gaitan, Enzo Perez, Nolito, Urreta, Miguel Rosa e André Almeida são opções para as asas do meio-campo, restando Aimar, Carlos Martins, Bruno César, David Simão e até Matic para a posição 10. De todos estes nomes, note-se que alguns deles podem fazer várias posições, aumentando as dificuldades de escolha de Jorge Jesus. E ainda podem chegar mais jogadores para o meio-campo.

Ainda com muitas indefinições, está o ataque, com Cardozo, Saviola, Jara, Mora, Rodrigo, Nelson Oliveira na luta por dois lugares, sendo que também aqui, há vários jogadores que podem ser deslocados para a ala, no meio-campo, enquanto podem ainda chegar mais reforços. Na prática, Jorge Jesus quer 27 jogadores e neste momento conta com cerca de 40. Indefinições para ir trabalhando ao longo dos próximos dias.

V. Guimarães: primeiras notas

 

 Depois de uma interrupção de dois anos, aí está de novo o Vitória europeu, com o pensamento focalizado na terceira pré-eliminatória da Liga Europa, marcada para 28 de Julho e 4 de Agosto. Cerca de 5 semanas é o tempo que Manuel Machado tem para afinar a equipa, a fim de chegar ao play-off para a fase de grupos, objectivo imediato dos minhotos.

Numa primeira análise, é fácil perceber que o novo Vitória não será muito diferente do anterior, já que nenhum dos titulares indiscutíveis abandonou o Castelo. A maior baixa acaba por ser Cléber, que ao fim de várias épocas com Manuel Machado, decidiu rumar ao Cartagena, da segunda divisão espanhola. A outra baixa é Flávio Meireles, que terminou a carreira, permanecendo no Vitória, mas agora como observador. Cléber e Meireles são as principais baixas, num plantel ainda indefinido, principalmente no que diz respeito a saídas. Targino, João Ribeiro e Rui Miguel são jogadores negociáveis e a qualquer momento podem deixar o Minho.

Na baliza, mantém-se o eterno Nilson, agora com a concorrência de Douglas e do regressado Serginho. Na defesa, Alex, Tony (direita), Teles e Santana (esquerda) são laterais experientes, ofensivos e regulares, dando garantias a Manuel Machado. No centro, João Paulo, Freire e N´Diaye levam vantagem sobre os reforços El Adoua (ex-Al Qadsia) e Rodrigo Defendi (ex-Paraná). Esta pode mesmo ser a época de afirmação do maliano N´Diaye, depois de uma primeira temporada onde mostrou muita qualidade, mas também muita ingenuidade e inexperiência.

Apesar da imprevisibilidade táctica de Machado, acredito que a ideologia de jogo assenta num meio-campo agressivo, com o miolo forte e musculado. Razão para as contratações de Siaka Bamba (Feirense) e Leonel Olímpio (Paços Ferreira), juntando-se a João Alves, Renan e Edson Sitta. Na organização da estratégia, Rui Miguel ou Barrientos, médio rotulado de craque no Uruguai, de onde chega, proveniente do Racing Montevideu. João Ribeiro, depois da época intermitente, ora a extremo, ora a médio interior, pode ter uma palavra a dizer. Para as alas, Paulo Sérgio (ex-Olhanense) Faouzi e Targino. O ataque, já sem Douglas (a caminho do rival Braga) fica entregue a Edgar Silva, Toscano, Maranhão, ao reforço camaronês N´Djeng (ex-Bejaia) e ao desconhecido Fábio Fortes, que saltou do (despromovido à terceira divisão) Real Massamá para a Liga Portuguesa.

Um plantel ainda extenso que pode obedecer a 2,3 saídas. Resta saber se pela lei do mercado, com o interesse nalgumas das principais figuras da equipa, ou a reajustes do treinador, preferindo ter alguns jovens a rodar para ganhar experiência, sobressaindo desde já os nomes de Fábio Fortes ou Dinis.

Nacional: primeiras notas

 

 O Nacional está a menos de quatro semanas do primeiro jogo oficial da época. Ainda que o adversário seja islandês e tenha um nome quase impronunciável, 24 dias de pré-temporada até ao jogo em Kaplakrikavollur não deixam antever facilidades para a equipa madeirense. Dificuldades maiores se percebermos que o adversário já leva quase 10 jornadas no campeonato islandês, talvez amenizadas pela manutenção generalizada do anterior plantel nacionalista.

Ivo Vieira, madeirense de 35 anos, prepara-se para cumprir na íntegra a primeira temporada como treinador-principal. O antigo adjunto de Jokanovic tem ainda alguns reajustes a fazer no plantel, nomeadamente a dispensa de 3, 4 elementos, partindo do princípio que as principais figuras com mercado, como Luís Alberto e Felipe Lopes, não serão repescados por algum tubarão nacional em cima da hora. A principal baixa no Nacional acaba por ser Rafael Bracalli, guarda-redes que deixa a Madeira ao fim de mais de cem jogos consecutivos como titular. Para a baliza, ficam Ellison e Vladan do anterior plantel, e entram dois brasileiros: Valverde (ex-Angra dos Reis) e Zuba (ex-Santa Cruz). Dos quatro, há um que vai deixar a equipa em breve.

Na defesa, já sem o histórico Patacas – agora director – registo para o regresso de Marco Airosa, apesar da época intermitente no Aves. Pode muito bem ter a concorrência do versátil João Aurélio na lateral direita, acreditando no que se viu até agora destes primeiros dias de trabalho. Claudemir é o outro lateral, com a vantagem das sempre importantes bolas paradas. Na esquerda, Nuno Pinto e Tomasevic vão lutar pelo lugar, enquanto Felipe Lopes e Danielson são, teoricamente, os centrais que partem em vantagem. Importante não esquecer Neto, ex-Varzim, de 23 anos, que faz a estreia na Liga.

Se mantiver o esquema da época passada, o meio-campo, em losango, não apresentará grandes alterações, com Luís Alberto e Skolnik como base da equipa. Bruno Amaro já não mora na Madeira, restando assim duas vagas para preencher. Mihelic, Todorovic, os reforços Elizeu (ex-Palmeiras), Amar (ex-Camacha), Juliano (ex-Najran) e o versátil João Aurélio são opções válidas e naturais para ajudar a compor o meio-campo. Pode até Ivo Vieira dar mais largura à equipa com Márcio Madeira, Edgar Costa ou Candeias (ex-Portimonense) nas asas do losango.

O ataque foi, na realidade, o sector mais revolucionado, com as saídas de Orlando Sá, Oldoni, Bodul ou Ghentil. Neste sector, o recurso foi no mercado sul-americano, com as contratações de Rómulo (ex-ponte Preta), Douglas Pará (ex-Angra dos Reis) e Recife (ex-Baiano). Opções para se juntarem a Anselmo e ao eterno Mateus.  Tem a palavra Ivo Vieira, que viu o anterior adjunto João Abel emancipar-se e começar a carreira a solo no União. Recrutou Nelson Jardim para a sua equipa técnica, depois de uma experiência com Paulo Sousa em Inglaterra.

Objectivo inicial do Nacional é a entrada na fase de grupos da Liga Europa, mas para isso ainda terá de eliminar três adversários, sendo o primeiro o Hafnarfjordur, já a partir de dia 14. Até lá, é tempo de começar a afinar o físico e esboçar a equipa, ainda com alguns reajustes por fazer no grupo.